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terça-feira, 27 de julho de 2010

O Novo Código Florestal e a Arca de Noé

O Novo Código Florestal e a Arca de Noé

Sebastião Renato Valverde*

Lentamente os prenúncios dos apocalípticos vão sendo desmantelados e, cada vez menos, a sociedade é coagida pelos discursos alarmistas das big ONGs e de alguns membros da Academia. Exemplo disso foi a agonizante tentativa de minar a votação do projeto de lei que altera o código florestal. Projeto este, relatado com competência e isenção pelo Deputado Aldo Rebelo e massivamente aprovado na comissão especial.

No entanto, ainda assim, diariamente são veiculadas matérias alarmistas e sem sustentação científica, em jornais de circulação nacional e na internet informando sobre os catastróficos impactos que decorrerão deste projeto de lei florestal, principalmente o aumento do desmatamento e suas conseqüências para o aquecimento global, a extinção de milhares de espécies, a desertificação.
É louvável a preocupação das pessoas quanto à defesa do meio ambiente, mas não necessita exagerar, até porque não há qualquer contemporização no texto desta nova lei com o desmatamento, sobretudo na Amazônia, onde a reserva legal continuará com seus absurdos e impraticáveis 80% da área total da propriedade. E mesmo aquelas propriedades com área menor que o cabalístico quatro módulos rurais não terão direito, a priori, de desmatar sem obediência aos ditames legais.

De qualquer forma, é inegável o ganho que a sociedade está tendo com a riqueza de debate sobre o tema. Este foi objeto de 64 audiências públicas onde foram ouvidas a sociedade, as universidades, as instituições de pesquisas, os produtores e trabalhadores rurais, ongs, empresários, entidades de classe e políticos em todo o Brasil. Pela primeira vez, em muitos anos, a discussão ambiental não foi feita apenas por ecologistas e sim por toda a sociedade brasileira. E esse democrático processo, ao não seguir o antigo modelo, onde segmentos sectários decidiam e impunham restrições a toda a população, causou espécie quando o nobre deputado propôs algumas mudanças que vem ao encontro do que é melhor para os brasileiros e para o meio ambiente.

Apesar das mudanças ocorridas estarem longe daquilo que a realidade e a Constituição exigem, é inegável seu avanço. O modelo legal ainda em vigor, recheado do preciosismo e do sofisma ambiental, além de colocar, no mínimo, 95% dos proprietários rurais na clandestinidade, não consegue efetivamente proteger o meio ambiente e impõe inúmeros obstáculos ao desenvolvimento sustentável.

Visivelmente a proposta de lei aprovada vai privilegiar as propriedades situadas nas regiões montanhosas e os pequenos produtores, fortemente dependente das áreas de preservação permanente ao longo dos cursos d’água e que não podem dar o luxo de ceder 20% de sua ínfima propriedade para a Reserva Legal.
De qualquer forma, mesmo que as mudanças no código florestal venham também beneficiar os demais produtores rurais, além dos pequenos, isto é mais que justo, pois a sociedade precisa reconhecer o esforço hercúleo que esta classe despende para produzir alimentos a preços acessíveis para todos os irmãos brasileiros e não brasileiros. Não há porque culpar de pena de morte o produtor rural, haja vista que o mesmo nunca foi assistido, técnica e ambientalmente, pelos órgãos públicos sobre o melhor ordenamento da propriedade.

Não dá para ser feliz na produção rural deste País que tem mais de 16.000 outras normas legais que tratam de meio ambiente. Na verdade, não somente os produtores rurais, mas todo e qualquer investimento no Brasil está sendo penalizado por este cipoal de leis e pelo excesso de instrumentos de gestão ambiental que tem sido muito mais empregado, politicamente, para dificultar o desenvolvimento sustentável do Pais que para proteger, de fato, o meio ambiente. Vejam as dificuldades que os projetos dos governos, federal, estadual e municipal, estão tendo para executar suas obras de infra-estrutura tão necessárias a melhoria da qualidade de vida da população brasileira, como estradas, usinas hidrelétricas, portos, dentre outros.

O novo Código Florestal proposto não será indutor de maior destruição ambiental conforme pressageiam. Espera-se que ele traga os produtores rurais para a legalidade, permita que continuemos a produzir alimentos em quantidade e qualidade e possamos implementar as necessárias obras de infraestrutura que o País precisa. E quem sabe a partir deste debate, a sociedade brasileira reveja também a legitimidade e efetividade das outras normas ambientais, a fim de que construamos um melhor arcabouço legal ambiental para, junto com o novo Código Florestal, proteger também o nosso tão amado meio ambiente e toda a população que dele depende.

É hora de o Congresso reconhecer as políticas equivocadas de uso e ocupação das terras que impôs aos produtores, seja para garantir o titulo da posse, seja para ocupar as várzeas e os topos de morro dos diversos programas estabelecidos e aprovar o que é, ainda, apenas o Relatório da Comissão Especial, dando ao Brasil um novo Código Florestal.

Não há mais espaço para que leigos e fanáticos ditatoriais continuem arbitrando nesta questão legal e gerencial do meio ambiente com base em alucinações ideológicas, inadequadas e retrógradas.

Não teremos, como prevêem os críticos, um tsuname com esta nova lei florestal. Não há a menor necessidade de se construir uma mega arca de Noé para abrigar as centenas de milhares de espécies da biodiversidade que se imaginam serão extintas com este dilúvio preconizado por ambientalistas e renomados pesquisadores.

Espero que nesta leva incalculável de biodiversidade, que dizem, será destruída por causa do novo Código Florestal, nós humanos não estejamos nela.

Falar em Noé, hodiernamente, ele seria massacrado com a atual legislação ambiental brasileira. No mínimo, ele seria preso, açoitado, humilhado em praça pública pelo fato de ter construído, provavelmente em área de Preservação Permanente, uma arca com madeira não certificada e de abrigar a fauna sem autorização legal. Imaginem a enxurrada de denúncia, ação civil pública, multas que o pobre ancião ganharia acusado de desmatamento e de aprisionamento da fauna. Até ele provar que “fucinho de porco não é tomada”, de que só queria proteger a fauna de um dilúvio, seria tarde. Vamos Brasil, não tenha medo de se DESBUROCRATIZAR.

*Professor do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa.

sábado, 24 de julho de 2010

FRASCO DE MAiONESE E CAFÉ

FRASCO DE MAiONESE E CAFÉ



Quando as coisas na vida parecem demasiado, quando 24 horas por dia
não são suficientes...Lembre-se do frasco de maionese e do café.


Um professor, durante a sua aula de filosofia sem dizer uma palavra, pega num frasco de maionese e esvazia-o...tirou a maionese e encheu-o com bolas de golf.

A seguir perguntou aos alunos se o Frasco estava cheio. Os estudantes responderam sim.

Então o professor pega numa caixa cheia de pedrinhas e mete-as no frasco de maionese. As pedrinhas encheram os espaços vazios entre as bolas de golf.

O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a dizer que sim.

Então...o professor pegou noutra caixa...uma caixa cheia de areia e esvaziou-a para dentro do frasco de maionese. Claro que a areia encheu todos os espaços vazios e uma vez mais o pofessor voltou a perguntar se o frasco estava cheio. Nesta ocasião os estudantes responderam em unânime "Sim !".

De seguida o professor acrescentou 2 xícaras de café ao frasco e claro que o café preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes nesta ocasião começaram a rir-se...mas repararam que o professor estava sério e disse-lhes:


'QUERO QUE SE DÊEM CONTA QUE ESTE FRASCO REPRESENTA A VIDA'.

As bolas de golf são as coisas Importantes:

como a FAMÍLIA, a SAÚDE, os AMIGOS, tudo o que você AMA DE VERDADE.

São coisas, que mesmo que se perdessemos todo o resto, nossas vidas continuariam cheias.

As pedrinhas são as outras coisas que importam como: o trabalho, a casa, o carro, etc.

A areia é tudo o demais, as pequenas coisas.

'Se puséssemos 1º a areia no frasco, não haveria espaço para as pedrinhas nem para as bolas de golf.

O mesmo acontece com a vida'.


Se gastássemos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teríamos lugar para as coisas realmente importantes.

Preste atenção às coisas que são cruciais para a sua Felicidade.

Brinque ensinando os seus filhos,

Arranje tempo para ir ao medico,

Namore e vá com a sua/seu namorado(a)/marido/mulher jantar fora,

Dedique algumas horas para uma boa conversa e diversão com seus amigos

Pratique o seu esporte ou hobbie favorito.

Haverá sempre tempo para trabalhar, limpar a casa, arrumar o carro...

Ocupe-se sempre das bolas de golf 1º, que representam as coisas que realmente importam na sua vida.

Estabeleça suas prioridades, o resto é só areia...

Porém, um dos estudantes levantou a mão e perguntou o que representaria, então, o café.

O professor sorriu e disse:


"...o café é só para vos demonstrar, que não importa o quanto a nossa vida esteja ocupada, sempre haverá espaço para um café com um amigo. "

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Indio Desmascara o PT (Narcotráfico e FARC)

MARÍLIA GABRIELA, QUEM DIRIA! Imperdível!

MARÍLIA GABRIELA, QUEM DIRIA! Imperdível!




Corajosa...




Opinião da Marília Gabriela sobre a Dilma

Quem tem medo da "doutora" Dilma?

VOU CONFESSAR: Morro de medo de Dilma Rousseff.

Esse governo que tem muitos acertos, mas a roubalheira do governo do PT e o cinismo descarado de LULA em dizer que não sabia de nada nos mete medo.
Não tenho muitos medos na vida, além dos clássicos: de barata, rato, cobra.
Desses bichos tenho mais medo do que de um leão, um tigre ou um urso, mas de gente não costumo ter medo.

Tomara que nunca me aconteça, mas se um dia for assaltada, acho que vai dar para levar um lero com os assaltantes (espero). Não me apavora andar de noite sozinha na rua e, não tenho medo algum das chamadas "autoridades", só um pouquinho da polícia, mas não muito.

Mas de Dilma não tenho medo; tenho pavor.

Antes de ser candidata, nunca se viu a ministra dar um só sorriso, em nenhuma circunstância. Depois que começou a correr o Brasil com o presidente, apesar do seu grave problema de saúde, Dilma não para de rir, como se a vida tivesse se tornado um paraíso.
Mas essa simpatia tardia não convenceu.

Ela é dura mesmo.

Dilma personifica, para mim, aquele pai autoritário de quem os filhos morrem de medo, aquela diretora de escola que, quando se era chamada em seu gabinete, se ia quase fazendo pipi nas calças, de tanto medo.

Não existe em Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura.
Ela tem filhos, deve ter gasto todo o seu estoque com eles e não sobrou nem um pingo para o resto da humanidade.

Não estou dizendo que ela seja uma pessoa má, pois não a conheço; mas quando ela levanta a sobrancelha, aponta o dedo e fala, com aquela voz de general da ditadura no quartel, é assustador.

E acho muito corajosa a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que enfrentou a ministra afirmando que as duas tiveram o famoso encontro. Uma diz que sim, a outra diz que não, e não vamos esperar que os funcionários do Palácio do Planalto contrariem o que seus superiores disseram que eles deveriam dizer. Sempre poderá surgir do nada um motorista ou um caseiro, mas não queria estar na pele da suave Lina Vieira.

A voz, o olhar e o dedo de Dilma, e a segurança com que ela vocifera "suas verdades", são quase tão apavorantes quanto a voz e o olhar de Collor, quando ele é possuído. Quando se está dizendo a verdade, ministra, não é preciso gritar; nem gritar nem apontar o dedo para ninguém. Isso só faz quem não está com a razão, é elementar.

Lembro de quando Regina Duarte foi para a televisão dizer que tinha medo de Lula; Regina foi criticada, sofreu com o PT encarnando em cima dela - e quando o PT resolve encarnar, sai de baixo. Não lembro exatamente de quê Regina disse que tinha medo -nem se explicitou-, mas de uma maneira geral era medo de um possível governo Lula..

Demorei um pouco para entender o quanto Regina tinha razão.

Hoje estamos numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a máquina, como as tropas de um país que invade outro. Com Dilma seria igual ou pior, mas Deus é grande..
Eles não falaram em 20 anos? Então ainda faltam quase 13, ninguém merece.
Seja bem-vinda, Marina Silva. Tem muito petista arrependido que vai votar em você e impedir que a mestra sem mestrado, Dilma Rousseff, passe para o segundo turno.

Outra boa opção é o atual governador José Serra que já mostrou seriedade e competência. Só não pode PT, Dilma e alguém da "turma do Lula".

domingo, 11 de julho de 2010

50 anos de Engenharia Florestal no Brasil

50 anos de Engenharia Florestal no Brasil
12 de Julho - Belo Horizonte - MG


Em 12 de julho de 1073, aos 78 anos, faleceu João Gualberto. Monge Beneditino, dedicado à silvicultura, que reflorestou os vales de Valombrosa na Itália. Esta data é o Dia de São João Gualberto, reconhecido como o santo defensor das florestas e protetor dos Engenheiros Florestais. Aqui, no dia de nosso padroeiro, comemoramos o Dia Nacional do Engenheiro Florestal, profissional apto a avaliar o potencial biológico dos ecossistemas florestais, para planejar e organizar o seu aproveitamento racional, de forma sustentável, garantindo a manutenção e perpetuação das formas de vida animal e vegetal.
Esta aptidão se deve a uma formação coerente com uma seqüência de disciplinas teóricas, práticas, de campo e laboratórios, que possibilitam uma profissionalização nas áreas de manejo florestal, ecologia aplicada e tecnologia de produtos florestais, propiciando uma formação que abrange os aspectos ambientais, sociais e econômicos. Em uma sociedade com demandas crescentes de produtos de origem florestal, o papel do Engenheiro Florestal é de fundamental importância técnica e estratégica, considerando que o Brasil possui cerca de 30% das florestas tropicais do mundo e plantações florestais de altíssima produtividade.
No Brasil, a criação do primeiro curso de Engenharia Florestal deu-se em 1960, em Viçosa - MG. O principal objetivo era o de conferir sustentabilidade à utilização dos recursos florestais, atuando na produção florestal, na preservação de áreas ambientalmente estratégicas e na recuperação de terrenos degradados, além da geração de tecnologias voltadas para estes fins, bem como para o processamento e beneficiamento dos produtos florestais. Em 1964 a escola foi transferida para Curitiba - PR, e neste mesmo ano ocorreu a formatura da primeira turma de Engenheiros Florestais brasileiros.
Hoje contamos com 59 cursos de graduação, e algo em torno de 16 mil profissionais formados no Brasil. Neste 12 de julho, Dia Nacional do Engenheiro Florestal, comemoraremos todo o avanço tecnológico alcançado pela Engenharia Florestal Brasileira nestes 50 anos, tornando-se uma referência mundial. Sempre buscando alternativas sustentáveis para o desenvolvimento de nossa nação, aliando a preservação ambiental e a qualidade de vida, à geração de empregos e renda para o nosso povo.
Os produtos florestais estão no cotidiano de todos nós. Na lenha que abastece o forno na padaria da esquina, nos móveis e na construção de nossa casa, na castanha, no açaí, na industria química e farmacêutica, na siderurgia, no caderno dos nossos filhos, nos diversos tipos de papel que utilizamos todos os dias de nossas vidas, e no carvão daquele churrasquinho do final de semana... Entretanto, a classe ainda busca o respectivo reconhecimento da sociedade, e a criação de políticas públicas que atendam às necessidades da atividade florestal, responsável por aproximadamente 5% do PIB nacional.
Através das 35 entidades de classe filiadas à Sociedade Brasileira de Engenheiros Florestais - SBEF, temos trabalhado muito pela organização de nossa categoria. Mas é preciso um esforço conjunto. O cidadão, como consumidor de produtos e serviços, deve sempre certificar-se sobre a origem da matéria-prima e conhecer os processos de fabricação. Deve exigir das empresas e do poder público, que estas atividades tenham sempre a responsabilidade técnica de um profissional habilitado, com conhecimento técnico-científico capaz de atender as demandas da sociedade, garantindo a conservação dos recursos naturais e a qualidade ambiental. Seja na produção, seja na gestão de áreas verdes, na arborização urbana, nos reflorestamentos, no manejo das bacias hidrográficas...
De nossa parte, continuaremos sempre trabalhando pelo desenvolvimento da Ciência Florestal, pela formação ética e responsável, pela capacitação e atualização de nossos profissionais, e por uma efetiva fiscalização do exercício profissional, garantindo assim a qualidade dos serviços prestados à sociedade, ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável de nosso país.

Exija sempre um Engenheiro Florestal.

As nossas florestas agradecem.



Eng.º Florestal Glauber Pinheiro
Presidente da SBEF

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A onipresente dubiedade da candidata

A onipresente dubiedade da candidata
7/7/2010 - 12:32:00  
Não foi a primeira, nem será a última vez. Dilma Rousseff disse e depois se desdisse sobre o que pretende oferecer ao Brasil. Entregou ao TSE uma plataforma de governo para, horas depois, recolhê-la e renegá-la. Neste jogo de esconde-esconde, é possível que cheguemos a outubro sem saber a que vem a candidata do PT. Vale o risco?
O PT e a escolhida de Lula protagonizaram na segunda-feira o que poderia ser visto como apenas mais uma trapalhada. Mas é muito mais do que isso. Trata-se de algo que escancara, como se ainda fosse preciso, a dubiedade que cerca a candidatura de Dilma.
Afinal, valem as ideias  que estavam nas 19 páginas que ela e o presidente do PT rubricaram - e supostamente teriam lido e com elas concordado - ou as que tiveram de ser postas às pressas num papel que a candidata a presidente da República nem viu nem assinou antes de entregar ao TSE?
O programa de governo originalmente protocolado por Dilma continha algumas das velhas teses petistas, as mesmas aprovadas no Congresso do partido em fevereiro passado. A saber: leniência com a invasão de propriedades; cobrança de mais impostos sobre renda; combate à liberdade de imprensa; defesa indiscriminada do aborto. Tudo posto lá, bonitinho, item por item.
Diz-se agora que foi deslize, que os arquivos foram trocados inadvertidamente. Será? Vejamos o que disse o secretário de Comunicação do PT logo após ter entregado o documento controverso ao TSE, e ao se ver diante dos, àquela altura ainda tímidos, questionamentos da imprensa: "Não há problema em ter pontos polêmicos nele. Nós somos polêmicos e isso não é problema, é qualidade. Agora, é um texto provisório, que vai ser sempre discutido", segundo relatou a Folha de S.Paulo na edição de ontem.
À medida que a incredulidade foi crescendo e os questionamentos se agigantando, o PT recuou e retirou o papelucho de circulação. Mas deixou no ar, mais uma vez, a dúvida: será que um eventual governo de Dilma também seria sempre assim, "polêmico", "provisório", a "ser sempre discutido"? É esta corda bamba que nos oferece a aprendiz de candidata petista?
Morder e assoprar está no DNA do PT - melhor seria dizer tergiversar, iludir. Nunca é demais lembrar que o partido entrou na campanha de 2002, que levaria Lula à vitória após sua quarta tentativa, a bordo da tese programática intitulada "A ruptura necessária", aprovada pelos companheiros no ano anterior em Olinda. Era aquilo o que se propunha para o país: acabar com tudo o que estava aí.
Como aquela linha de tocar o terror tendia a levar Lula a lugar nenhum, o PT viu-se obrigado a rasgar suas teses e assumir um novo compromisso com o país, expresso na "Carta ao Povo Brasileiro", que, com meras 1.729 palavras, renega tudo o que o partido propugnara ao longo de 22 anos de existência de raivosa oposição.
Mas recorrentes episódios indicam que o partido convive mal com o marco institucional vigente no país. À imprensa, vira-e-mexe, o PT reserva propostas como o malfadado, mas nunca sepultado, conselho de comunicação, voltado a baixar o tacão do Estado sobre a liberdade de expressão e a independência editorial. À segurança jurídica, assaca calhamaços como o Plano Nacional de Direitos Humanos, uma proto-Constituição que passava a foice em direitos, como o de propriedade, e atropelava a Justiça.
O comichão da ruptura - "necessária" para eles, indesejada por todos os demais - subjaz no petismo. Mas, sempre que ele é flagrado pondo as manguinhas de fora, os camaleões saem-se com estas: "Não sabíamos", como no mensalão; "não era bem isso que queríamos dizer", como no conselho de comunicação; ou "não vi o que assinei", como no PNDH3 ou agora no programa de governo da candidata a presidente da República.
É por isso que o debate aberto e sistemático dos candidatos a presidente e suas propostas é fundamental para o futuro do país - com o que, aliás, mais uma vez o candidato José Serra comprometeu-se ontem. Mas Dilma resiste, refuta, rejeita: debater o quê?, deve pensar a "bem penteada e rosada, quase uma princesinha nórdica", na descrição de Fernando Henrique Cardoso em artigo publicado no domingo. Quando saberemos, afinal, se a candidata de Lula é Dilma ou Amlid, seu inverso?
Fonte: ITV