Nova Política praticada pelo Partido NOVO. VAMOS PLANTAR UMA SEMENTE BOA. >> Como as águas do Rio São Francisco, que se renovam nas nascentes da Serra Canastra em MG e desaguam no mar, depois de muitos trabalhos realizados, nasceu o Partido NOVO 30 para irrigar o Brasil de uma Política sadia, construtiva e agregadora. Este Blog, até as eleições será um ponto de discussão dessa Nova Política.
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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
O eucalipto – um cidadão vegetal exemplar
O eucalipto – um cidadão vegetal exemplar
Roberto Ferron | Eng. florestal | Coordenador da Câmara Especializada da Engenharia Florestal do CREA/RS |
Presidente da Associação Gaúcha de Engenheiros Florestais (Agef)| Presidente da Cooperativa Florestal Ltda. (Floracoop)
No artigo anterior, os mitos sobre o eucalipto foram desmistificados.
Grande parte da agropecuária brasileira baseia-se em espécies de origem estrangeira.
A cana-de-açúcar vem da Nova Guiné, o café é etíope; o arroz, filipino;
o trigo, asiático; a soja e a laranja vieram da China.
Sem contar o gado indiano, os cavalos asiáticos, as carpas chinesas
e tilápias egípcias.
O RS é deficitário e importador de madeiras, pois consome
30 mil hectares de florestas por ano e produz
metade disso. De onde virá a madeira para
abastecer tal consumo? De florestas nativas
brasileiras ou de florestas exóticas
plantadas? O que diriam os “ecologistas” e certos
profissionais, defensores da preservação
total, que defendem a intocabilidade
de nossas matas nativas, do “bioma pampa”
e que são contrários ao plantio de espécies
exóticas, como o eucalipto e o pinheiro americano?
Por que ainda não criticaram a acácia-negra plantada no Vale do Taquari?
A resposta é óbvia, porque ela é o sustento
de milhares de pequenos silvicultores.
A crítica é muito simplista. Que se apresente
uma solução para suprir o uso crescente de
madeira. Recomendam que se “plante nativas”.
Quais espécies? Os pesquisadores brasileiros
não conseguiram identificar, nem
melhorar geneticamente uma espécie florestal
nativa, que se adapte às diferentes regiões
do Brasil, com ótima silvicultura, resistente
ao ataque de pragas e doenças, de boa produção
(além de 30 m3/ha/ano), e com madeira
de múltiplo uso. Repentinamente, a Fepam,
diga-se “núcleo resistente ao latifúndio florestal”,
lançou o Zoneamento Ambiental da Silvicultura, com base técnica referencial
nas Unidades de Paisagem. Estranhamente,
na elaboração do documento, não houve a
participação de outros órgãos de governo,
como a Secretaria Estadual da Agricultura,
a Fundação Estadual de Pesquisas Agropecuárias
e o Departamento de Florestas e Áreas Protegidas.
Convidaram diversas instituições
científicas, universidades, algumas entidades
representativas da sociedade civil,
ONGS, para análise e sugestões. Por muitos,
o documento foi considerado falho e inconsistente
tecnicamente, recebendo sugestões
por parte da Embrapa-Florestas, Esalq/USP,
UFPEL, Departamento de Ciência Florestais
da UFSM, IPH-UFRGS, das entidades representativas
do setor florestal, entidades de
classe da engenharia florestal e agronomia.
Mas nenhuma sugestão técnica foi considerada
para alteração do documento. Contudo,
irresponsavelmente, o nome dessas instituições
e entidades, com seus profissionais,
foi mencionado como “responsáveis pela
elaboração do documento final”. O fato fez
com que estas oficiassem o não reconhecimento
da responsabilidade sobre o documento,
pois não tiveram suas sugestões contempladas.
Nós, engenheiros florestais, percebemos
que é a mesma corrente dentro do governo,
pasmem, que isentou a reposição
florestal das exóticas e acabou com o maior
e melhor programa de fomento e extensão
florestal que este Estado já teve, através das
Associações de Reposição Florestal Obrigatória
(ARFORs), que eram constituídas por consumidores
de produtos madeireiros e pequenos e médios
proprietários rurais interessados em reflorestar.
O Código Florestal
Brasileiro, a Lei 4.771, de 15 de setembro
de 1965, a Lei Federal nº 6.938, de 31/08/1981,
estabelecem critérios para o Zoneamento
Econômico-Ecológico (ZEE). No Código Estadual
de Meio Ambiente (Lei Estadual nº 11.520, de 03/08/2000),
em seu Capítulo I, artigo 15º, diz que:
São instrumentos da Política
Estadual do Meio Ambiente, dentre
outros: inciso IV – o Zoneamento Ecológico;
Inciso VII – o zoneamento das diversas atividades
produtivas ou projetadas; ainda, em
seu artigo 18º – O planejamento ambiental
terá como unidades de referência as bacias
hidrográficas e será executado pelo Sistema
Estadual de Proteção Ambiental (Sisepra),
através dos seguintes instrumentos: inciso
I – gerenciamento das bacias hidrográficas;
e inciso IV – realização do diagnóstico ambiental
e zoneamento ambiental do Estado.
Dessa forma, desconsiderou-se por completo
a legislação vigente e se alterou a base
técnica referencial. O núcleo duro da Fepam,
pela balburdia e confusão armada, buscou
nova tentativa de barramento do licenciamento
da silvicultura, chegando a ponto
de considerar o documento do Zoneamento
Ambiental da Silvicultura como lei, aplicando-
o nas vistorias, sem mesmo ter sido discutido
e avaliado no Conselho Estadual de
Meio Ambiente (Consema), que é o fórum
legítimo e responsável pelo seu referendo;
nem realizadas as audiências publicas exigidas
por lei nos locais onde haveria o “impacto
ambiental”. Fica evidente e claríssima a tentativa
de empurrar “goela abaixo” as restrições
ao plantio de florestas, sem a opinião
dos verdadeiros atingidos – a população da
Metade Sul do RS. Tal fato acordou os segmentos
envolvidos na “arapuca montada”
e a voz do povo ecoou, através de vereadores,
prefeitos, técnicos e profissionais das mais
diversas áreas, que vieram a publico exigir
seus direitos de participarem do debate e
opinarem sobre o florestamento na Metade
Sul, região com graves deficiências sociais
e carentes de alternativas econômicas. Tanto
os movimentos sociais identificados, o núcleo
duro da Fepam e outros profissionais se
posicionaram contrários. É de se estranhar
o fato de estes não aceitarem as pesquisas
realizadas por outros profissionais conceituados
no meio acadêmico. Muitos argumentos
foram usados para confundir a opinião
pública gaúcha. Contudo, o que nos deixa
estarrecidos e preocupados é que se alguém
for plantar 10 mil hectares de soja, de canade-
açúcar ou de qualquer outra cultura
anual, com o uso de toneladas de insumos
e pesticidas, poderá fazê-lo, sem qualquer
tipo de licenciamento, restrição ou contrariedade
da Via Campesina, do MST, da Fepam,
do professor e biólogo Ludwic Buckup
e Heloísa Chomenko. Mas, se for plantar 1
hectare de eucaliptos, precisará de licenciamento.
Vale lembrar que o bioma pampa
só é campo, porque o “boi” está sobre ele
desde o tempo dos jesuítas, há mais de 300
anos, e impede a sucessão natural das espécies
vegetais. Que dos 14 milhões de hectares
da Metade Sul (60% do território gaúcho)
apenas 300 mil hectares serão reflorestados,
ou seja, 2,14% da área total. Podendo
chegar a 600 mil hectares, correspondente
a 4,28%. Que o RS possui 10 milhões de hectares
com pecuária, equivalente a 40% da
área total; 8 milhões de hectares de lavouras,
equivalente a 30%; e apenas 400 mil
hectares reflorestados, correspondentes a
1,2%. Também que, para a agricultura e pecuária
extensiva, não há necessidade de licenciamento
por parte da Fepam. O RS e o Brasil têm todas
as condições edafoclimáticas
e tecnológicas para se tornarem potências
florestais. Mas são identificados uma
conspiração e um movimento internacional
para que isso não ocorra, com suas garras
lotadas aqui. O Estado não pode ser refém
de meia dúzia de tecnoburocratas que se
acham acima da lei, ditando normas e regras
ao seu bel-prazer, em detrimento da sociedade,
sem contemplar as opiniões divergentes
da comunidade técnico-científica, das entidades
afins, dos representantes da população.
Isso não faz parte do Estado democrático.
Como podemos denominar os fatos
que gravitam em torno desse importante
tema, desconhecimento, má-fé, irresponsabilidade,
incompetência ou sectarismo?
Felizmente, a razão, aliada ao conhecimento
e à técnica, prevalecerá para o bem do povo
riograndense! Para estes mitos e verdades,
dependendo do lado que estamos, podemos
ser “mocinhos ou bandidos”. Fica a
incógnita? O tempo será novamente o senhor
da razão!
Mitos e Verdades – Parte II
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Nossos políticos se perderam, usam nossa delegação de poderes, para benefício próprio?
Agora temos algo NOVO na Política.