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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Carta do "Zé agricultor" para Luís da cidade

A carta a seguir - tão somente adaptada por Barbasa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parque Nacionais e Reservas do IBDF-IBAMA 88-89, detentor do primeiro Prêmio Nacional de Ecologia.




Carta do "Zé agricultor" para Luís da cidade



Prezado Luís, quanto tempo!!!

Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do Sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo! Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão, por isso o sapato sujava.


Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra, né Luis?


Pois é... Estou pensando em mudar para viver aí na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o Sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos aí da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio-ambiente.


Veja só. O Sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro, uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.


Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?


Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né!.) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do Sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana e aí não param de fazer leite. Ô Luís, me fala, os bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?


Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra, né Luís? O candeeiro, eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa
no quarto do Juca.




Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luís, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos Sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso (de tanta fome que tava), no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato, nem fiscal, nem lei do trabalho para acudi-lo.


Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei!) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.


Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos, as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas, cê não imagina Luís o que é a vida aqui depois que o pai morreu. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, aí na cidade quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?


Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios aí da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.


Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!!!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.


Fui antes no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no IBAMA da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram-se 8 meses e ninguém apareceu
pra fazer o tal laudo, aí eu vi que o pau ia cair em cima
da casa e derrubei. Pronto!!!
No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma
intimação do Promotor porque virei criminoso
reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau.
Acho que desta vez vou ficar preso.
Tô preocupado Luís, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.



Eu vou morar ai com vocês, Luís. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no Sítio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês é só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça. (tem até restaurante comunitário e ônibus de graça para ir até ele, quando fica velho)


Até mais Luis!!!


Ah, desculpe Luís, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.



(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

Divulguem!!!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

vida sustentável

Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável:

“Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos.... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?”

terça-feira, 17 de maio de 2011

projeto de silvicultura sustentável no Norte e Noroeste fluminense

Rio de Janeiro quer usar área de 1,5 milhão de hectares para projetos florestais
A meta do plano é implantar um projeto de silvicultura sustentável no Norte e Noroeste fluminense
segunda, 16 de maio de 2011

http://www.painelflorestal.com.br/noticias/florestas-plantadas/11553/rio-de-janeiro-quer-usar-area-de-1-5-milhao-de-hectares-para-projetos-florestais

domingo, 15 de maio de 2011

Reportagem na TV Bandeirantes revelou que foram funcionários do IBAMA, os verdadeiros heróis do povo brasileiro, que tiveram a coragem de denunciar ao TCU o esquema vergonhoso de esquentar mogno ilegal.

Reportagem na TV Bandeirantes revelou que foram funcionários do IBAMA, os verdadeiros heróis do povo brasileiro, que tiveram a coragem de denunciar ao TCU o esquema vergonhoso de esquentar mogno ilegal.

Enquanto a ong FASE (ligada o marido de MARINA SILVA) levou a bolada de R$ 3,5 milhões (exportando o mogno que valia quase R$ 8 milhões) a fiscalização do IBAMA, que apreendeu o mogno ilegal, não tinha dinheiro nem para combustível e ticket alimentação para os fiscais cumprirem a missão de salvar o patrimônio natural que pertece a todos os brasileiros.

Jornal da Band 13/05/2011
Sexta-feira, 13 de maio de 2011 - 19h34
Câmara apura denúncia de Aldo Rebelo contra marido de Marina Silva


Vídeo da matéria disponível no link
http://www.band.com.br/jornaldaband/conteudo.asp?ID=100000431467

A denúncia do deputado Aldo Rebelo contra o marido da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva será investigada pela Câmara dos Deputados. Fábio Vaz de Lima é suspeito de participar de um esquema para esquentar madeira retirada ilegalmente da Amazônia.

A oposição quer explicações de Lima, e pretende chama-lo à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para saber se houve ingerência dele em um negócio de quase R$ 8 milhões. O caso começou em 2003, quando o Ibama apreendeu um lote de seis mil toras de mognos, avaliadas em R$ 7,9 milhões.

O material foi repassado à ONG (Organização Não Governamental) Fase, parceira de outra entidade, Grupo de Trabalho Amazônico, a qual o marido de Marina teria sido ligado.

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MATÉRIAS NA IMPRENSA SOBRE O ASSUNTO

Ong FASE ganhou R$ 3,5 MILHOES contratou madeireira para exportar mogno



JORNAL NACIONAL, 12/05/2011 – Cobertura da votação do novo Código Florestal
Sobre o bate boca na Câmara, na madrugada do dia 12/05/2011, durante a votação das alterações do Código Florestal, quando houve acusações contra o marido de Marina Silva, Fábio Vaz de Lima, de fraudes no IBAMA, a imprensa diz que estão relacionadas às noticias divulgadas ano passado, 2010 (veja abaixo a matéria do G1). Provavelmente deve ser esta publicada na ISTO É Dinheiro.



No entanto, tem a matéria de 2005, onde revela que a apreensão de 6 mil toras de mogno (avaliada em R$ 7,9 milhões) foi doada ilegalmente (parecer do TCU) para a ONG FASE, da qual Fabio Vaz de Lima tem estreita relação, diz a matéria. A ONG Fase contratou uma madeireira que fez a exportação do mogno que ganhou de presente.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Setor florestal quer ampliar negócios na construção civil

09/05/2011
SETOR FLORESTAL: Setor florestal quer ampliar negócios na construção civil
O crescimento da indústria da construção civil no País representa, ao mesmo tempo, um desafio e uma oportunidade para as empresas de base florestal, especialmente o segmento de madeira tratada - que fornece material para estrutura de edificações, ferrovias e eletrificação.

A transformação desse cenário em novos negócios, no entanto, depende de uma mobilização do setor florestal para divulgar para consumidores, agentes financiadores de imóveis e escolas de engenharia e a arquitetura as vantagens do uso da madeira tratada na construção.

A iniciativa foi defendida pelo diretor-secretário da Associação Brasileira de Preservadores de Madeira (ABPM), Humberto Tufolo Netto, que apresentou a palestra Benefícios da Madeira Tratada na Construção Civil no 1º Seminário Técnico Sul Brasileiro de Madeireiras, Marcenarias e Produtos de Madeira, encerrado na manhã de sexta-feira (06), na ExpoGramado, em Gramado (RS). O encontro integra a programação técnica da 3ª Feira da Floresta, que também se encerra nesta sexta-feira.

Tufolo revelou que apenas 14% dos 1,2 milhão de metros cúbicos de madeira tratada produzidos anualmente no Brasil são destinados para construção. Na Europa, 44% do total processado pelo setor é aplicado em edificações. "Há um potencial para multiplicar a produção em dez vezes no Brasil", afirmou o especialista.

Para que isso ocorra, o diretor da ABPM reiterou que é preciso disseminar informações sobre as vantagens ambientais do uso da madeira, que permite a estocagem de carbono presente na atmosfera e reduz o uso de materiais de origem não-renovável como cimento e ferro.

Além disso, é preciso conscientizar engenheiros civis, arquitetos e o setor de crédito imobiliário sobre a durabilidade das estruturas de madeira, assegurada pelo correto uso das tecnologias de tratamento contra umidade, fungos e cupins.

A qualidade da madeira para edificações e móveis também foi tema de palestra ministrada no Seminário por Jonas Vargas, engenheiro florestal da Flosul Madeiras, e Pedro Henrique Cademartori, supervisor de qualidade de Flosul Madeiras. Eles abordaram o papel do treinamento de mão de obra no aprimoramento da madeira cortada no campo e processada na indústria. "Operadores qualificados aumentam o rendimento da indústria em até 10%", disse Cademartori.

O Seminário foi concluído com o painel Design, sua importância frente às Demandas do Mercado – Cases de Sucesso em Design e Produtos, em que o professor de design da Feevale, Igor Casenote, detalhou o potencial oferecido pelas ferramentas de design à indústria. De acordo com o professor, há vantagens tanto no desenho de móveis mais atraentes para os consumidores, quanto na formatação de processos produtivos com reduzido impacto social e ambiental.
Fonte: Assessoria de Imprensa